segunda-feira, 2 de julho de 2012

Meu Currículo Famíliar - A quem interessar possa...

Pessoal,

Resolví postar este artigo para que possam saber que minha família teve, desde o ínicio da História do Brasil ( antes do seu descobrimento) envolvida direta e ativamente nos desfechos deste país onde portanto, posso e tenho sim o direito de opinar sobre assuntos relevantes da nossa nação inclusive fazendo menções a forma como nosso país fora constituído desde o seu descobrimento onde neste artigo escrito pelo brilhante Eduardo Bueno, posso já deixar uma controvérsia sobre o fato da descoberta do Brasil ter sido um mero acaso ou não. E tal controvérsia já se passa justamente com um Membro da minha família: Vasco de Athaide que, sumira com seu barco e tripulação num clima de ninguém soube ninguém viu no mínimo Muuuiito interessante!

Boa Leitura"

Filipe Ataides dos Santos




 
O primeiro naufrágio
na esquadra de Cabral 


A nau de Vasco de Ataíde
sumiu há 500 anos 


Quinhentos anos esta semana. Foi na madrugada de 23 de março de 1500 que a primeira de uma série de tragédias abateu-se sobre a frota de Pedro Álvares Cabral. Quando aquele dia raiou, uma das dez naus da esquadra simplesmente não foi avistada. O capitão-mor "fez suas diligências para a achar, em umas e outras partes, mas (a embarcação) não apareceu mais". Os historiadores supõem que, ao longo de dois dias, as demais naves da armada cabralina tenham percorrido várias milhas ao redor do Arquipélago de Cabo Verde, fazendo fogos à noite e soando apitos durante o dia, à procura do navio perdido. Passadas 48 horas, e baldados todos os esforços, Cabral determinou que a armada seguisse em frente.

Alguns mistérios cercam o desaparecimento daquele navio - e, de certa forma, se relacionam com o descobrimento do Brasil, que iria ocorrer dali a um mês. Quem era o capitão da nau "comida pelo mar"? Os cronistas oficiais de Portugal - entre eles Fernão Lopes de Castanheda, Damião de Góis, João de Barros e Gaspar Correia - se dividem entre Luís Pires e Pero de Ataíde e afirmam que o navio conseguiu retornar para Lisboa. Mas Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada, assegura que o capitão da embarcação sumida era Vasco de Ataíde. Em carta escrita em 1502, o próprio dom Manuel confirma Caminha e assegura também que, desde então, não se tivera mais notícias do navio.

Assim sendo, os historiadores fecham questão em torno do nome de Vasco de Ataíde e do naufrágio definitivo da nau. Mas esses são detalhes acessórios. O que realmente importa é que os cronistas também declararam que o navio afundara devido a uma tempestade. Mas em sua carta, Caminha foi taxativo: "Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com sua nau sem haver tempo forte ou contrário para que assim pudesse ser".


Nau de Ataíde: "Comidos pelo mar"
Escrevendo pelo menos uma década depois dos acontecimentos, João de Barros, Gaspar Correia, Castanheda e Damião de Góis afirmaram que o descobrimento do Brasil se dera por acaso - devido ao desvio de rota provocado pela tormenta. Mas tal tormenta simplesmente não ocorreu.

Se não houve tempestade, o que teria causado o desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde? O historiador naval e almirante Max Justo Guedes é o autor da teoria mais plausível. Segundo ele, a incidência de cerrações e nevoeiros é comum nos arredores do Arquipélago de Cabo Verde, onde a frota se encontrava. A má visibilidade é provocada por "nuvens de poeira saariana" sopradas para alto-mar pelos ventos ardentes do deserto. Justo Guedes supõe que, ao tresmalhar-se da frota, a nau de Vasco de Ataíde se chocou contra os recifes de João Leitão, localizados a 17 milhas ao sul da Ilha de Boa Vista, uma das dez que compõem o arquipélago.

As circunstâncias que cercam o naufrágio parecem reforçar a tese de que o descobrimento do Brasil não foi casual, e sim intencional. Mas o historiador português Jaime Cortesão - aliás, defensor da tese da intencionalidade - fez ainda outra leitura do episódio: "Caminha, que em breve iria dedicar páginas e páginas inteiras à descrição do aborígine, menciona o naufrágio sem uma palavra de lástima". Mas 150 homens tinham sido "comidos pelo mar" e a frota de Cabral tinha dado sua primeira contribuição para a longa história trágico-marítima de Portugal. 



Fotos: Alexandre Sant'Anna/Época; Reprodução


Fonte: REVISTA ÉPOCA ON-LINE.

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